Conseguir estabelecer um
rastreio simples do cancro, é o objectivo de uma investigação a cargo da
portuguesa Goreti Sales, investigadora do Biomark Sensor Research, unidade de
investigação do Instituto Superior de Engenharia do Porto. A sua ideia foi
distinguida entre quatro mil projectos de todo o mundo pelo European Research
Council com uma bolsa de um milhão de euros para cinco anos de trabalho.
O resultado final do
projecto 3P´s pretende ser “um dispositivo de diagnóstico muito semelhante a
todos os que se vêem de diabetes e da gravidez mas mais simples e operável em
qualquer lugar”, explica ao SAPO Notícias Goreti Sales.
Uma investigadora portuguesa, Goreti
Sales, apresenta hoje [dia 24 de Julho de 2013] o laboratório e a equipa que vai
"tornar real" o 3P's, um biossensor portátil que permite detetar
certos tipos de cancro de forma "barata, indolor e rápida", poupando
custos sociais e económicos.
Em declarações à agência Lusa, Goreti
Sales explicou que o "aparelho" a desenvolver representa um
"novo conceito de diagnóstico" que irá permitir a deteção
"bastante precoce" do cancro no útero, cólon e retal, numa fase
inicial.
Este projeto, da unidade de investigação
BioMark - Sensor Research do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)
recebeu, em 2012, um milhão de euros do European Research Council o que
permitiu "montar" uma estrutura física e captar os recursos humanos
necessários para o desenvolvimento do biossensor.
"O 3'Ps representa um novo conceito
de diagnóstico que vai permitir a um médico, em qualquer consultório, fazer uma
análise rápida, indolor e baratinha de forma a detetar os marcadores de certos
tipos de cancros", resumiu Goreti Sales.
O equipamento "será uma espécie de
caixinha em plástico ou vidro, relativamente pequena, e que custará entre 6 e
10 euros", adiantou, realçando que não são as "razões económicas ou
comerciais" que motivaram a investigação e motivam agora a concretização
do 3'Ps.
"Tem que ser um dispositivo barato
para poder ser utilizado em grande escala e não apenas em hospitais ou
laboratórios de análises específicos. Esperamos que alguém se venha a
interessar pela produção do 3P's mas com esse objetivo", realçou.
Hoje será apresentada a equipa que vai
trabalhar com Goreti Sales, duas alunas de pós-doutoramento vindas da Índia.
"Não foi um caminho fácil. Em
Portugal estamos condicionados a muita burocracia. Mas agora estamos no caminho
certo e estou convencida que vai daqui a quatro anos e meio vamos ter o 3P's
pronto a funcionar", referiu.
A apresentação do laboratório e da
equipa para o desenvolvimento do biossensor portátil e autónomo para detetar o
cancro está marcada para as 14:30 de hoje, no Instituto Superior de Engenharia
do Porto.
SAPO Saúde com Lusa
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