domingo, 11 de agosto de 2013

PORTUGUESES CONTINUAM A INVESTIGAR


Conseguir estabelecer um rastreio simples do cancro, é o objectivo de uma investigação a cargo da portuguesa Goreti Sales, investigadora do Biomark Sensor Research, unidade de investigação do Instituto Superior de Engenharia do Porto. A sua ideia foi distinguida entre quatro mil projectos de todo o mundo pelo European Research Council com uma bolsa de um milhão de euros para cinco anos de trabalho.

O resultado final do projecto 3P´s pretende ser “um dispositivo de diagnóstico muito semelhante a todos os que se vêem de diabetes e da gravidez mas mais simples e operável em qualquer lugar”, explica ao SAPO Notícias Goreti Sales.


Uma investigadora portuguesa, Goreti Sales, apresenta hoje [dia 24 de Julho de 2013] o laboratório e a equipa que vai "tornar real" o 3P's, um biossensor portátil que permite detetar certos tipos de cancro de forma "barata, indolor e rápida", poupando custos sociais e económicos.
Em declarações à agência Lusa, Goreti Sales explicou que o "aparelho" a desenvolver representa um "novo conceito de diagnóstico" que irá permitir a deteção "bastante precoce" do cancro no útero, cólon e retal, numa fase inicial.
Este projeto, da unidade de investigação BioMark - Sensor Research do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) recebeu, em 2012, um milhão de euros do European Research Council o que permitiu "montar" uma estrutura física e captar os recursos humanos necessários para o desenvolvimento do biossensor.
"O 3'Ps representa um novo conceito de diagnóstico que vai permitir a um médico, em qualquer consultório, fazer uma análise rápida, indolor e baratinha de forma a detetar os marcadores de certos tipos de cancros", resumiu Goreti Sales.
O equipamento "será uma espécie de caixinha em plástico ou vidro, relativamente pequena, e que custará entre 6 e 10 euros", adiantou, realçando que não são as "razões económicas ou comerciais" que motivaram a investigação e motivam agora a concretização do 3'Ps.
"Tem que ser um dispositivo barato para poder ser utilizado em grande escala e não apenas em hospitais ou laboratórios de análises específicos. Esperamos que alguém se venha a interessar pela produção do 3P's mas com esse objetivo", realçou.
Hoje será apresentada a equipa que vai trabalhar com Goreti Sales, duas alunas de pós-doutoramento vindas da Índia.
"Não foi um caminho fácil. Em Portugal estamos condicionados a muita burocracia. Mas agora estamos no caminho certo e estou convencida que vai daqui a quatro anos e meio vamos ter o 3P's pronto a funcionar", referiu.
A apresentação do laboratório e da equipa para o desenvolvimento do biossensor portátil e autónomo para detetar o cancro está marcada para as 14:30 de hoje, no Instituto Superior de Engenharia do Porto.

SAPO Saúde com Lusa

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