Ser
apanhado por tempestades que surgem de modo repentino, embater em placas de
gelo, cair na água gelada, ser atacado por ursos polares são apenas alguns dos
riscos que estes “viajantes” do Árctico se dispõem a correr, aproveitando o
degelo que acontece no Verão por aquelas paragens.
A
“viagem”, a que alude a notícia que de seguida se publica, nunca antes foi
possível pois a dimensão do degelo, em resultado das alterações climáticas, só
agora possibilita esta ligação.
Uma
equipa de
investigadores iniciou a aventura de tentar cruzar a Passagem do
Noroeste num barco a remos. Mas os perigos da jornada no Árctico são vários:
tempestades imprevisíveis, plataformas de gelo e ursos polares.
A
tripulação de quatro homens partiu num barco de oito metros de comprimento no
dia 1 de Julho, numa viagem que se destina a revelar os efeitos extremos das
mudanças climáticas no Árctico.
A
viagem em si é uma dessas consequências. Esta será a primeira expedição
potencialmente capaz de completar o percurso numa única viagem – algo possível
apenas devido à fusão do gelo marinho no Verão dos últimos anos. Esta expedição
nunca foi nem poderia ter sido feita antes.
As
mudanças derivadas do aquecimento global são muito reais para as pequenas
comunidades ao longo da rota de 3.000 Km que relatam mudanças nos padrões de
migração dos animais dos quais depende a sua sobrevivência, revela o Guardian.
A
viagem no barco personalizado, o Arctic Joule, vai demorar cerca de 80 dias –
uma fracção do tempo que custou aos primeiros exploradores europeus que
tentaram, durante anos, encontrar uma rota através das águas bloqueadas pelo
gelo do Árctico.
Perante
o rápido degelo, a equipa espera conseguir fazer a travessia inteiramente com a
força humana, sem recurso a velas ou motores. O barco foi construído de modo a
que os quatro homens possam viver e dormir a bordo, podendo ser transportado
rapidamente em terra, em caso de tempestade repentina.
Se
o barco por acaso se virar, o tempo de sobrevivência nas águas geladas será na
ordem de minutos – já para não falar do perigo iminente dos ursos polares na
região. A tripulação vai, por isso, levar balas de borracha consigo para a
necessidade de assustar os animais, caso seja forçada a subir para terra e se
depare com eles
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