O
avanço tecnológico dos últimos anos, a dedicação de muitos jovens investigadores
às temáticas da saúde e ao desenvolvimento dos equipamentos que a apoiam, os
resultados que um pouco por todo o lado se vão alcançando, fazem-nos crer que
alguns dos problemas que hoje temos terão solução… a breve prazo! E não é só
uma questão de fé, será o resultado do muito trabalho que se vai e está a
fazer.
Investigadores
norte-americanos dizem ter dado um novo passo na procura de tratamentos que
beneficiem pessoas com alterações genéticas causadas pela existência de um
cromossoma em excesso. Os cientistas dizem ter conseguido "desligar",
em células humanas em laboratório, o cromossoma que provoca a síndrome de Down.
O estudo, publicado na revista Nature, pode ajudar no desenvolvimento de
tratamentos para doenças associados a esta patologia.
A
maioria das pessoas nasce com 23 pares de cromossomas, incluindo os que
determinam o sexo. Mas as pessoas com a síndrome de Down têm três - em vez de
duas - cópias do cromossoma 21, condição associada a dificuldades de
aprendizagem, maior probabilidade de desenvolver Doença de Alzheimer e um risco
acrescido de ter problemas cardíacos congénitos.
Já
se usou a terapia genética para tratar problemas causados por alguns tipos de
genes. Mas, até agora, a ideia de conseguir "anular" um cromossoma
por inteiro parecia impossível, até mesmo em laboratório.
Cientistas
da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts mostram que, em teoria,
isso é afinal possível.
A
equipa liderada por Jeanne Lawrence inseriu um gene chamado XIST em
células-tronco de uma pessoa portadora de síndrome de Down. Este gene tem um
papel importante no desenvolvimento normal de células, porque
"desliga" um dos cromossomas X presentes em embriões femininos –
evitando, assim, que crianças do sexo feminino tenham uma dose dupla de genes
do cromossoma X.
A
experiência mostrou que o gene XIST conseguiu anular a cópia extra do
cromossoma 21, ajudando a corrigir padrões incomuns de crescimento celular.
"A
investigação indica que temos uma nova maneira de estudar a base celular do
síndrome de Down, o que pode ajudar a identificar medicamentos para isso",
comentou Lawrence, cita a BBC.
Carol
Boys, da Down's Syndrome, uma organização não governamental britânica que
divulga informações sobre a síndrome, acredita que os resultados do estudo são
animadores.
"As
descobertas podem ter implicações significativas para futuras investigações,
que podem trazer benefícios reais a pessoas com a síndrome", diz.
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