Foram
tornadas públicas as alterações que o Governo quer fazer às Comunidades
Intermunicipais (CIM) que até há pouco eram Associações de Municípios que se
uniam voluntariamente e que sofreram um grande “boom” na altura em que, por
“falta de escala” as autarquias deixaram de ter acesso individualmente aos
fundos comunitários. Esta imposição do QREN motivou um crescente associativismo
no seio dos municípios.
Estas
Comunidades tinham, como órgãos, uma Assembleia Intermunicipal, com
representantes eleitos em cada uma das assembleias municipais, e um Conselho
Directivo integrando os presidentes de câmara. A alteração que o Governo
pretende introduzir é substituir estes órgãos por um Conselho Intermunicipal
formado por todos os presidentes de câmara “associados” e um secretariado
executivo de eleição indirecta.
Alguns
autarcas têm vindo a defender publicamente eleições directas para as CIM, pois
de outro modo – afirmam –os autarcas nelas integrados terão sempre de defender,
em primeiro lugar, cada um dos municípios o que será, dizem-nos, um obstáculo a
que se avance e se transfiram mais competências. A falta de legitimação popular
desse poder será um óbice relevante.
Parece
estar claro que o Governo quer reforçar o intermunicipalismo mas – ao
recusar a possibilidade de eleições directas – tudo parece estar a fazer
para “travar” a assumpção do mérito da regionalização.
As
Comunidades Intermunicipais - no nosso caso a da Lezíria do Tejo (CIMLT) - para
além da gestão dos fundos estruturais comunitários, caminharão (onde isso ainda
não foi alcançado) para a gestão de resíduos e de águas, de equipamentos
desportivos, de transportes escolares e também contribuirão para o
desenvolvimento e a promoção da economia local, seja através de acções
conjuntas no turismo, no planeamento conjunto de parques industriais, etc.
Uma
vez que o Governo já afirmou que não vai haver mais dinheiro para as
Comunidades Intermunicipais parece evidente que não ocorrerá a desejada
descentralização de competências da administração central para o nível
intermunicipal, perdendo-se a principal vantagem do reforço de importância das
CIM. Agregar funções que são municipais nestas Comunidades deve resultar de
acto voluntário das Câmaras Municipais e não de imposição governativa, até
porque essa decisão acarreta novos custos para as autarquias, que passariam a
ter de suportar para além dos seus quadros de pessoal privativos, os quadros de
efectivos das próprias Comunidades, tornando ainda mais difícil a saúde
financeira das autarquias portuguesas.
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