Há notícias que pela sua coincidência no tempo e pelo seu teor aparentemente contraditório que nos devem fazer reflectir. Vamos continuar atentos ao tema do Aquecimento Global.
Em apenas algumas décadas os arbustos da Tundra no Ártico estão
a dar lugar a árvores em resultado do Aquecimento Global, dando origem a áreas
de floresta. Os investigadores finlandeses em parceria com investigadores da
Universidade de Oxford alertam que a replicação destas áreas florestais na
região pode acelerar definitivamente o Aquecimento Global.
Os
estudos da vegetação foram realizados na Tundra da Sibéria até à Finlândia,
através de dados de satélite e dados de campo, que indicam que nos últimos
30-40 anos as áreas do género Salix e Alder desenvolveram árvores com alturas superiores a 2 metros, em vez
do porte arbustivo característico nesta região.
Modelos de impactos das alterações climáticas utilizados
permitem concluir que o avanço da floresta nesta região tem ainda potencial
para aumentar o aquecimento do Ártico em 1-2 graus Celsius até ao final do
século XXI, devido ao facto das árvores crescerem acima do nível da neve e
assim aumentarem a absorção de luz que seria reflectida num coberto de neve
sobre arbustos.
Os investigadores envolvidos consideram que esta reacção da
vegetação é uma grande surpresa. Esperava-se que a região fosse sendo
progressivamente colonizada por árvores da floresta Boreal, com as coníferas e
bétulas, no entanto, e num processo muito mais rápido, os salgueiros e bétulas
da própria região começaram a atingir o porte arbóreo.
Ao
longo do tempo em que tenho trazido a este espaço algumas das preocupações
ambientais que afectam a nossa vida, é-me cada vez mais evidente, por alguns
textos que li, que existem uma espécie de duas correntes entre os
investigadores que tratam e escrevem sobre estas temáticas. Por um lado,
perdoem-me a simplificação, os ambientalistas que buscam na evolução dos dados
climáticos a comprovação das teorias ambientais que defendem, procurando
influir os governantes de que a manutenção do status quo acarretará consequências para a humanidade que poderão
estar perto do ponto de irreversibilidade. Por outro, temos os climatologistas,
alguns deles questionando a “leviandade” com que se estabelecem “modelos” e se
retiram conclusões.
Ajudaria
muito que uns e outros se entendessem, talvez a realidade se venha a situar
entre as posições que uns e outros preconizam. Mas importa ter cautela, pois se
o pior cenário se confirmar, não haverá tempo para um Plano B. O melhor é
prevenir!...
Antigos
modelos que sugeriam que a perda de gelo na Antárctica oriental era muito
grave,
foram comparados pela primeira vez com a realidade, e foi descoberto que, não
só estão errados, como não há perda de gelo.
“Os anteriores modelos do oceano… previram temperaturas e taxas de degelo que
são demasiado elevadas, sugerindo uma perda significativa de massa nesta região
que não está realmente a acontecer”, disse Tore Hattermann da Norwegian Polar
Institute e membro de uma equipa que obteve medições directas abaixo da
plataforma de gelo Fimbul no leste da Antárctica.
Os cientistas também complementaram os seus dados com a recolha de informação a
partir de um projecto de biologia, a Marine Mammal Exploration of the Oceans
Pole to Pole (MEOP).
De um modo geral, e de acordo com a equipa, os dados mostram um “estado
estacionário da massa” na Antárctica oriental, ou seja, não existe perda de
gelo. A pesquisa foi publicada na revista Geophysical
Research Letters.
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