AUSÊNCIAS QUE PREJUDICAM

O exercício da função de eleito local é ditado pela consciência e pelo entendimento que cada um de nós tem do exercício do compromisso de ser representante dos demais concidadãos. Um autarca, seja ele presidente, vereador, deputado municipal ou de freguesia, nunca pode esquecer que está investido num cargo político em resultado da confiança nele depositada por centenas ou milhares de eleitores.

Em Salvaterra de Magos, depois do último acto eleitoral e apesar da “purga” que, com a tolerância do Bloco de Esquerda, foi feita pela liderança camarária afastando todos os vereadores, o chefe de gabinete, o adjunto e os(as) secretários(as) da vereação, não deixa de ser um facto indesmentível que aquela liderança já desistiu de estar e de fazer no dia-a-dia. Só o apego ao Poder estará a impedir siga o exemplo de outros autarcas que, em iguais circunstâncias – quando lhes faltou o querer e o empenho, quando a vontade cedeu terreno ao cansaço – se retiraram, até porque ser eleito local não é uma profissão, é uma missão.

Já no decurso do mandato anterior os sinais eram claros, as ausências frequentes e, agora, tudo se mantém na mesma! Municípios como o nosso estão “entalados” entre lideranças autárquicas legitimamente eleitas mas que já perderam “a chama” e maiorias que as suportam (em Salvaterra de Magos o Bloco de Esquerda) que por razões de estratégia partidária preferem tudo tolerar a romperem com práticas de frequente alheamento da vida autárquica. As eleições de 2013 e a necessidade de terem de contar, para se manterem no Poder, com o apoio das actuais lideranças são razões que lhes bastam para a opção que fazem.

Resta-nos esperar que - com a mesma força partidária ou com outra (entre as que actualmente se lhe opõem)  - novas equipas e novas dinâmicas possam trazer novas abordagens aos problemas e aos desafios que se nos colocam colectivamente!...