sábado, 7 de julho de 2012

AINDA OS DINOSSAUROS


A vontade de conhecer mais sobre os dinossauros não cessa. Agora foram investigadores argentinos que deram mais um contributo ao descobrirem uma nova espécie.


Investigadores argentinos anunciaram a descoberta de uma nova espécie de dinossauro carnívoro, que pode contribuir para novos estudos sobre a evolução dos grandes répteis.
A nova espécie, apresentada por pesquisadores do Museu Argentino de Ciências Naturais (MACN) de Buenos Aires, foi baptizada de «Bicentenário Argentino» e os seus restos foram encontrados na província de Rio Negro.
«É muito provável que seja o primeiro representante encontrado de uma nova linhagem dentro da família dos celurossauros, dinossauros que eventualmente deram origem às aves», disse em comunicado o Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) da Argentina, do qual faz parte o MACN.
O chefe do museu e pesquisador independente do Conicet, Fernando Novas, afirmou que, apesar de a espécie dos celurossauros incluir membros como o Tiranossauro Rex e o Velociraptor, «não se sabe muito sobre as formas primitivas, os primeiros celurossauros».
Os dinossauros adultos do «Bicentenário» teriam entre 2,5 e 3 metros de comprimento, eram ágeis e magros e, pela forma dos seus dentes e a presença das garras, teriam sido caçadores. «Podemos suspeitar que se alimentavam de pequenos dinossauros, herbívoros e crias de dinossauros», afirmou Novas.
Os cientistas acreditam que o dinossauro teria o corpo coberto por penas.
As rochas que continham os ossos do «Bicentenário» tem cerca de 90 milhões de anos e correspondem ao período Cretáceo Superior, de um período de 65 milhões há 98 milhões de anos.
«Os fósseis de celurossauros primitivos são raros, e portanto esta nova espécie é muito importante», disse Steve Brusatte, do departamento de Paleontologia do Museu Americano de História Natural, dos Estados Unidos.
Para Brusatte, o achado do «Bicentenário» não só ajuda a compreender melhor as origens das aves e os seus parentes mais próximos, mas também «indica que os continentes da América do Sul, África, e também na Austrália, tiveram uma maior diversidade de pequenos dinossauros acima do normal».



“A Gronelândia é um local relativamente inexplorado em várias áreas da ciência, uma das quais a paleontologia. Expedições anteriores mostraram a ocorrência de dinossauros e de outros fósseis e, por isso, vamos escavar durante três semanas”, afirmou à agência Lusa o paleontólogo.
Naquela que é a sua primeira expedição científica na neve, o investigador da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã compõe uma equipa de seis paleontólogos (entre dinamarqueses e americanos) de um total de onze pessoas, que vai permanecer entre 10 de julho e 02 de agosto em Jameson Land, na zona leste da Gronelândia, onde vai ter de lidar com diferentes adversidades.
Além da temperatura que poderá oscilar entre os zero e os 20 graus, é um sítio completamente inóspito e remoto, onde vão ter de acampar e para onde os cientistas vão ser transportados e recolhidos mais tarde de helicóptero, a partir da Islândia.
“É um local com bastantes ursos polares e vamos ter de aprender a lidar com eles, a manusear armas de fogo para os afugentar e para nos defender caso sejamos atacados, por isso teremos de ter sempre rondas de vigilância para garantir a nossa segurança”, explicou Octávio Mateus, lembrando que estes animais são os únicos predadores da atualidade a incluir os humanos na sua dieta alimentar.
As expetativas de encontrar fósseis de dinossauro são elevadas, uma vez que nas anteriores já foram descobertos ossos de ‘plateosaurus’, pegadas de ‘terópodes’ (dinossauros carnívoros) e ‘ temnospôndilos’, semelhantes a enormes salamandras, com 210 a 220 milhões de anos, do Triásico.
“Como essa data corresponde ao início da evolução dos dinossauros, tudo o que descobrirmos vai dizer-nos um pouco como é que todos os outros dinossauros apareceram depois destes”, explicou, o que vai permitir acrescentar novos dados à história evolutiva destes animais.
Sendo os ‘plateosaurus’ animais do início da era dos dinossauros e cuja existência é conhecida em vários países da Europa (precederam os saurópodes- dinossauros de grande porte e pescoço comprido), viveram na altura em que os continentes estavam próximos uns dos outros, por isso “podem ajudar a perceber a história de como os continentes se desuniram”.
Além disso, a existência de dinossauros em ambientes polares, quer na Antártida quer na Gronelândia, vai possibilitar aos cientistas perceber a sua paleobiologia, uma vez que são os únicos répteis a existir em climas frios, o que significa que eram detentores de uma regulação de temperatura muito diferente dos atuais répteis.

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