quarta-feira, 19 de junho de 2013

UM CONCURSO PARA CHEFE DE DIVISÃO INQUINADO


Na última reunião da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos alertei para os riscos de se escolher um chefe de divisão de urbanismo em cima das eleições autárquicas, com o qual esta governação não irá trabalhar.
Destaquei que:
  • Os Serviços já funcionam desde Dezembro sem chefe de divisão, o que permite perceber que é possível que assim continuem por mais 3 ou 4 meses;
  •  Era vantajoso para a Câmara e para os munícipes que esta função de chefe de divisão fosse exercida por alguém que tivesse experiência na função [de chefe de divisão] e nos Serviços de Urbanismo;
  •  Havia vantagem em que este processo - pelo melindre de que se reveste na altura em que é feito - fosse consensualizado entre autarcas, daí que tenha sugerido algumas alterações ao método de selecção para o tornar menos subjectivo. Defendi que fossem incluídos parãmetros para medir correctamente o currículo de cada um dos candidatos;
  • É muito negativo que a escolha de alguém com esta responsabilidade resulte de uma mera entrevista pessoal - como defeniu o actual executivo BE - onde se esquece, ou não se mede objectivamente, a avaliação curricular, a experiência e a formação profissional anteriores.

Limitei-me a dizer o que as outras Câmaras fazem em situações análogas (veja no fim deste post). Em todas as que consultei, e foram cerca de uma dezena (Santo Tirso, Elvas, Fafe, Celorico de Basto, Angra do Heroísmo, Vieira do Minho, Bragança, Montalegre e Sabugal), elas recrutam chefes de divisão com base em avaliação curricular e em entrevista pessoal, chegando o currículo a valer mais na nota final do que a entrevista. É uma questão de bom senso, (ainda) não é uma questão política.
Por isso preferi, mais uma vez, agir pela positiva, até porque ainda não há candidatos seleccionados. Fiz a minha obrigação pedi que o processo fosse anulado, suspenso ou pelo menos corrigido. A actual gestão da Câmara Municipal parece querer persistir no erro!
  1. Se assim for temos um concurso em que um chefe de divisão de urbanismo entra com base numa entrevista, e onde não há critérios que meçam, objectivamente, o seu percurso académico, o seu esforço de aperfeiçoamento e de formação profissional, nem a sua experiência anterior em Serviços de Urbanismo ou no exercício de cargos de chefia.
  2. Se assim for a maioria que lidera a nossa Câmara pediu experiência em administração - está no edital publicado - quando o que está a concurso é um lugar no urbanismo.
A maioria fará o que entender, pois as questões políticas e jurídicas serão tratadas depois no local próprio, na certeza porém de que o caminho que propus é o que a esmagadora maioria das Câmaras do País segue e estou convicto que evitará muitas chatices. E também já foi assim nesta Câmara, com esta maioria política, por isso não se percebe esta alteração, para este concurso específico!...


(clique em cima das imagens para as ler melhor)

8 comentários:

  1. Pode-se ser injusto mas o primeiro juízo que se faz é que o lugar é para algum amigo.
    Mas há uma coisa: a coerência mantém-se.
    Amigos, amigos, e depois os amigos!!

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  2. Nâo há almoços grátis.... Neste caso deve haver!!

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  3. Não me diga que é mais um afilhado da dona de mugem, ou é cego ou não precebe nada de politica a escassos meses de novas eleições, ou sera um espião temos de ver quem é e ver o seu passado na volta é mais um para espiar como muitos que ja se encontram em lugares estrategicos denttro da camara.

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  4. Não partilho algumas observações, os funcionários da Câmara carecem de uma liderança humana e que os valorize profissionalmente. Não vai ser difícil mobilizá-los para as tarefas que a próxima governação entenda levar por diante. É precisamente este clima de suspeição que grassa que quero evitar quando alerto para os erros e os "lapsos" deste concurso. Espero que a maioria BE entenda e opte pela transparência.
    Porque muitas foram as críticas da actual maioria e várias as tentativas de condicionamento que me fizeram, pelo facto de ser vereador e funcionário, que certamente o BE não terá funcionários da Câmara Municipal nas suas listas, o que facilitará também o esclarecimento de algumas suspeitas que são levantadas sobre o modelo de recrutamento de pessoas para a autarquia.

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  5. :) nem vale a pena dizer nada. Tudo parece claro.é acima de tudo muita falta de bom senso e de respeito, por eles próprios e acima de tudo pelos candidatos, que vão ficar numa situação complicada. depois das eleições se o BE cair.

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  6. Não percebo esta frase (pelo melindre de que se reveste na altura em que é feito - fosse consensualizado entre autarcas), pois penso que os funcionarios das cameras municipais devem ser escolhidos, pelos seus méritos, um bom chefe de divisão será sempre um bom chefe independentemente da cor do presidente, se assim não for não é por certo um bom funcionario.
    Concordo que deve ser escolhido pelo seu curriculo, e pela sua esperiencia mas não pelo consenço dos presidentes ou dos partidos.
    Até aqui sabemos como sempre foi, vamos ver como será no futuro, pois alguns apoios são como diz um outro comentario " Nâo há almoços grátis.... "

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    1. O que se pretende dizer é que seria prudente levar a reunião de Câmara quais os critérios que deviam ser requisitos de recrutamento, da mesma forma que se levou a constituição de um júri. Devia consensualizar-se se a área privilegiada de recrutamento deveria ser arquitecto ou se outra formação de base, afinal já tivemos chefes de divisão engenheiros, urbanistas, arquitectos, etc.
      E estas escolhas são decisões importantes, pois determinam que sentido se quer dar à divisão, que caminho se quer privilegiar... e só depois é que surgem os candidatos.
      Estes são melhores ou piores consoante aquilo que deles queiramos e isso cabe aos autarcas definir, de acordo com o seu projecto, por isso não é indiferente quem lidera.
      O que também se quis dizer é que quem vai recrutar não é quem vai estar a trabalhar com esse técnico. Seria legítimo que sendo este recrutamento por 3 anos fosse a próxima gestão a fazê-lo.
      O não se quererem critérios objectivos que meçam rigorosamente a valia dos currículos e o facto de se exigir experiência em administração quando o concurso é para o urbanismo, são para nós reveladores do modo como tudo isto está a ser conduzido.
      Como vê não falei em cores, partidos, etc...

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  7. É como diz caro "mentalista"... faço minhas as suas interrogações, mas como julgo compreenderá não publico o seu comentário.

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