domingo, 30 de junho de 2013

UM OCEANO EM JÚPITER


Por baixo da calote gelada de Europa, uma das luas de Júpiter, existe um oceano de água salgada no estado líquido com 100 km de profundidade, que poderá ter formas de vida sustentadas pela luz infravermelha. Se  quiser saber mais leia a notícia que publicamos de seguida.


Rolando Cardenas, físico da Universidade Marta Abreu (Cuba), defende que podem existir bactérias no fundo do oceano debaixo da superfície gelada de Europa, satélite de Júpiter, alimentadas através da fotossíntese da luz infravermelha.
A tese da vida extraterrestre baseada na fotossíntese infravermelha surge num estudo publicado na revista de referência internacional "Astrophysics and Space Science", em que Rolando Cardenas é um dos autores.
O estudo explora o potencial que a vida baseada na fotossíntese, tal como a conhecemos, tem para existir em ambientes com grande carência de luz solar, baixa energia e presença de luz infravermelha. E há bactérias conhecidas na Terra que podem viver na ausência de luz solar.
Há cerca de oito anos, investigadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, descobriram um novo tipo de bactérias numa fonte hidrotermal, que precisa de luz para obter energia através de uma reação química com enxofre.
Só que estas bactérias foram encontradas a 2400 metros de profundidade no oceano Pacífico, ao largo da costa do México. Ora os fotões (partículas elementares) da luz solar não ultrapassam os 200 metros da coluna de água, profundidade a partir da qual são absorvidos.
Bactérias usam luz geotérmica para sobreviver
As bactérias acabam, assim, por usar a luz geotérmica das fontes hidrotermais para poderem sobreviver. E possuem uma estrutura semelhante a uma antena para capturarem a luz da forma mais eficiente.
"Quando tivemos conhecimento da existência de bactérias que usam a luz infravermelha na fotossíntese", conta Rolando Cardenas, "ficámos muito interessados em testar o potencial fotossintético com esta luz, porque é uma medida da capacidade da vida prosperar à volta das fontes hidrotermais".
 A equipa de Cardenas usou um modelo matemático para avaliar esse potencial e chegou à conclusão de que, mesmo com uma fotossíntese baseada na absorção de luz de maiores comprimentos de onda (menos energética), "as bactérias poderiam realizar a fotossíntese num ambiente semelhante em Europa ou noutros objetos planetários".
Estes organismos "usam as antenas para viver em condições extremas, onde a quantidade de luz é reduzida", reconhece entretanto Robert Blankenship, investigador da Universidade de Washington em St. Louis (EUA) , que esteve envolvido na descoberta de 2005.
Mas o cientista está mais cético do que Cardenas. "A quantidade de luz que sai das fontes hidrotermais, pelo menos aqui na Terra, é extremamente baixa" e a água à volta destas fontes "absorve, provavelmente, a maior parte da luz infravermelha disponível, sobrando muito pouca para os microrganismos que fazem a fotossíntese".

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