A
notícia que abaixo se reproduz é um factor de esperança na preservação de um
dos mais importantes ecossistemas marinhos do Mundo – a Antárctida. Vamos ter
de esperar para ver se é alcançado o (desejado) consenso entre as nações com
maiores responsabilidades no planeta.
Um
extraordinário evento para o mundo da conservação marinha vai acontecer no
próximo mês, na Alemanha. O resultado pode levar à criação das duas maiores
áreas de oceano protegidas do planeta que proibiriam a pesca em mais de 1,5
milhões de Km2 em torno da Antárctida.
As
áreas em questão – o Mar de Ross e as áreas costeiras do leste da Antárctida –
estão praticamente intocadas pela mão humana e servem de lar a milhares de
espécies marinhas. Entre as duas áreas existe cerca de um milhão de casais de
pinguins de Adélia, mais de 12 espécies de baleia, mais de um terço da
população mundial de pinguins imperador, krill e peixes em abundância.
O
cenário é uma reunião especial da Commission for the Conservation of Antarctic Marine Living Resources
(CCAMLR), um grupo com uma adesão de 24 países, para além da União
Europeia. Entre os membros estão a Austrália, a Nova Zelândia, os Estados
Unidos, o Reino Unido, a Rússia, a China e a Noruega. A maioria tem interesses
na região ligados à pesca ou à investigação científica – ou a ambos.
Esta
é apenas a segunda vez que ocorre uma reunião convocada pelo grupo – a primeira
foi em 1986. Para este encontro – a acontecer entre 11 e 17 de Julho – existem
duas propostas para criar as chamadas Áreas Marinhas Protegidas (MPA), nas
quais são permitidos diferentes graus de actividade, desde a pesca ao turismo.
Uma
das propostas vem da Austrália e da União Europeia e consiste na criação de
sete áreas marinhas na Antárctida Oriental, cobrindo um total de 1,63 milhões
de Km2. A outra proposta parte dos EUA e da Nova Zelândia e consiste numa única
MPA no Mar de Ross com cerca de 2,3 milhões de Km2.
A
CCAMLR foi formada em 1982, devido às preocupações a respeito da pesca não
regulamentada de krill – uma pequena espécie semelhante a camarão que serve de
espinha dorsal à rede alimentar de inúmeras espécies marinhas da Antárctida.
Segundo
o The Guardian, o grupo só aprova medidas de conservação se
houver consenso – o que significa que, se um membro for contra a proposta,
então ela não segue adiante. Certo é que o Oceano Antárctico contém alguns dos
ecossistemas marinhos mais intactos do planeta e que eles merecem ser
protegidos
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