sábado, 29 de junho de 2013

ANTÁRCTIDA, BUSCA DE CONSENSO


A notícia que abaixo se reproduz é um factor de esperança na preservação de um dos mais importantes ecossistemas marinhos do Mundo – a Antárctida. Vamos ter de esperar para ver se é alcançado o (desejado) consenso entre as nações com maiores responsabilidades no planeta.


Um extraordinário evento para o mundo da conservação marinha vai acontecer no próximo mês, na Alemanha. O resultado pode levar à criação das duas maiores áreas de oceano protegidas do planeta que proibiriam a pesca em mais de 1,5 milhões de Km2 em torno da Antárctida.
As áreas em questão – o Mar de Ross e as áreas costeiras do leste da Antárctida – estão praticamente intocadas pela mão humana e servem de lar a milhares de espécies marinhas. Entre as duas áreas existe cerca de um milhão de casais de pinguins de Adélia, mais de 12 espécies de baleia, mais de um terço da população mundial de pinguins imperador, krill e peixes em abundância.
O cenário é uma reunião especial da Commission for the Conservation of Antarctic Marine Living Resources (CCAMLR), um grupo com uma adesão de 24 países, para além da União Europeia. Entre os membros estão a Austrália, a Nova Zelândia, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Rússia, a China e a Noruega. A maioria tem interesses na região ligados à pesca ou à investigação científica – ou a ambos.
Esta é apenas a segunda vez que ocorre uma reunião convocada pelo grupo – a primeira foi em 1986. Para este encontro – a acontecer entre 11 e 17 de Julho – existem duas propostas para criar as chamadas Áreas Marinhas Protegidas (MPA), nas quais são permitidos diferentes graus de actividade, desde a pesca ao turismo.
Uma das propostas vem da Austrália e da União Europeia e consiste na criação de sete áreas marinhas na Antárctida Oriental, cobrindo um total de 1,63 milhões de Km2. A outra proposta parte dos EUA e da Nova Zelândia e consiste numa única MPA no Mar de Ross com cerca de 2,3 milhões de Km2.
A CCAMLR foi formada em 1982, devido às preocupações a respeito da pesca não regulamentada de krill – uma pequena espécie semelhante a camarão que serve de espinha dorsal à rede alimentar de inúmeras espécies marinhas da Antárctida.
Segundo o The Guardian, o grupo só aprova medidas de conservação se houver consenso – o que significa que, se um membro for contra a proposta, então ela não segue adiante. Certo é que o Oceano Antárctico contém alguns dos ecossistemas marinhos mais intactos do planeta e que eles merecem ser protegidos

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