quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

POUCA CONFIANÇA AOS POLÍTICOS


A notícia que de seguida se publica vem ao encontro de uma outra publicada há cerca de um ano por um jornal suíço onde se revelava que apenas 3% dos italianos, 4% dos portugueses e 7% dos espanhóis confiavam nos seus políticos. 
Há seguramente razões objectivas e de contexto para que assim suceda, algumas das quais talvez tenham que ver com a ideia de opacidade que as pessoas têm das estruturas e da organização das forças partidárias. Outras terão certamente que ver mais com o desempenho dos políticos enquanto eleitos e como representantes dos que neles confiaram o seu voto.
Cada um de nós terá decerto uma leitura para estes números, pelo que me limito a reproduzir a informação.


Mais de 1.070 portugueses residentes em 59 países participaram no estudo "O Sistema Político-Partidário em Portugal visto pela Diáspora Portuguesa", realizado por André Corrêa d'Almeida, professor adjunto da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e diretor executivo do The Earth Institute, e foi realizado no âmbito da Sustainable Development Solutions Newtwok, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas que apoia soluções de desenvolvimento sustentável.
O investigador explica que "esta iniciativa tem como fim contribuir para a modernização do sistema político-partidário em Portugal" e que é um "contributo para uma reflexão 40 anos após o 25 de Abril."
André diz que as conclusões mais relevantes dizem respeito à "prioridade para alteração de aspetos institucionais existentes e novas reformas" e aos "níveis de confiança nos diferentes agentes sociopolíticos."
O inquérito avaliou em que grupos sociais os participantes mais confiavam.
Em primeiro lugar, com cerca de 80% de aprovação, surge a família, seguida dos cientistas.
Nos últimos três lugares, com menos de 30% de aprovação, estão o Presidente da República, os ministros e, por fim, os deputados.
Outra questão, cujos resultados foram agora divulgados, diz respeito às mudanças políticas que mais beneficiariam o pais.
Os participantes decidiram que, em primeiro lugar, se deviam aumentar as penalizações por más decisões políticas, e, logo depois, que deviam ser criadas novas entidades reguladoras independentes e reformar todo o sistema democrático.
André Corrêa de Almeida diz que "numa altura em que se debate sobre o sistema político-partidário em Portugal, importa muito tornar presente na vida nacional a perspetiva da diáspora para que esta seja ainda mais participante ativa e direta."
O investigador defende que "a diáspora é também, hoje mais do que nunca, graças às novas redes sociais e aos novos meios de comunicação, um meio poderoso de perspetivar os problemas e os bloqueios do país por via quer do distanciamento e internacionalização de referências."
O autor garante que, até ao final de fevereiro, serão partilhadas outras duas partes do estudo.
"Seguir-se-á um período de partilha dos resultados completos com todos os deputados da Assembleia de República para que se possa recolher informação", explica ainda o investigador, adiantando que este período de consulta deve estar concluído no final de maio
Diário Digital/Lusa

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