segunda-feira, 14 de maio de 2012

POR TODAS AS ESTRADAS DO MUNDO [Exposição]


O Museu do Neo-Realismo de Vila Franca de Xira disponibilizou a Exposição “Manuel da Fonseca – Por Todas as Estradas do Mundo” que poderá ser vista, até final do mês de Maio, no Centro de Interpretação do Cais da Vala em Salvaterra de Magos.


A propósito desta evocação de Manuel da Fonseca diz-nos aquele Museu na sua página on line em http://www3.cm-vfxira.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=30542:


“Pioneiro da poesia neo-realista, Manuel da Fonseca (1911, Santiago do Cacém – 1993, Lisboa) foi sempre um extraordinário contador de histórias, qualidade que melhor se expressou na escrita de contos, romances e crónicas, convertendo-se rapidamente numa das figuras maiores da literatura portuguesa do século XX.
Iniciou o seu percurso literário no fim dos anos 30, com a publicação em diversos periódicos ligados à oposição ao Estado Novo. O seu primeiro livro, Rosa dos Ventos (1940), foi considerado pela crítica um exemplo de renovação poética no panorama das letras portuguesas. Essa essência lírica e sensível intrínseca à sua obra, da poesia à ficção, não nega, porém,  as bases realistas, muitas vezes dramáticas, onde alicerça o seu olhar crítico e observador. As histórias dos livros de contos Aldeia Nova e O Fogo e as Cinzas, embora situadas no seu Alentejo, tal como Cerromaior e Seara de Vento – consideradas obras-primas do romance moderno –, possuem o carácter universal da condição humana e, por isso, não só foram aplaudidas pela crítica e os leitores, como suscitaram até o interesse da indústria do cinema.
Homem inquieto, irónico e generoso, Manuel da Fonseca teve uma longa vida literária, que espelhou o seu carácter e os valores de uma atitude participativa, inconformada e corajosa em termos cívicos e políticos. Para além disso, estabeleceu desde cedo uma relação de afecto com a ideia e a constituição do Museu do Neo-Realismo, tendo sido o primeiro a doar o seu espólio, em Novembro de 1991, revelando, afinal, a sua determinação em ajudar um projecto que dava então os primeiros passos.
Por todas as razões evocadas, Manuel da Fonseca merece ser relembrado com regularidade pelas instituições culturais deste país, mas mais ainda, merece ser lido e apreciado por todas as gerações, como se em volta da mesa pudéssemos partilhar ainda o encantamento de quem afirmava com um sorriso: “o convívio é das coisas mais belas da Humanidade”. Os seus livros são a prova evidente de que só as histórias bem contadas acabam por resistir à máquina do tempo. Manuel da Fonseca foi um autor exímio, cuja obra, constituída por um pequeno número de volumes, marcou todavia o nosso modo de entender e sentir algumas das características do povo português.”

Sem comentários:

Enviar um comentário