segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O QUE SE DIZ NA IMPRENSA SOBRE OS TRANSPORTES ESCOLARES?!

Edição de 09-09-2010
Sociedade

Autarquia deixa de transportar alunos que vivam a menos de 2,5 km da escola
Câmara de Salvaterra de Magos corta nos transportes escolares
Medida afecta crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo. Município justifica com as restrições orçamentais que são impostas às câmaras municipais pela administração central.

Sofia tem oito anos e vai frequentar o terceiro ano da escola primária do Estanqueiro, em Foros de Salvaterra, concelho de Salvaterra de Magos. A partir do próximo ano lectivo, que se inicia a 13 de Setembro, Sofia e todas as crianças que vivam a menos de 2,5 km do estabelecimento de ensino que frequentam deixam de ter direito a utilizar os transportes escolares que a câmara municipal disponibilizava a todas as crianças do primeiro ciclo e pré-escolar.
A informação foi dada pela autarquia através de uma carta que os encarregados de educação receberam em casa. A missiva, assinada pela vereadora da Educação, Margarida Pombeiro (BE), informa que devido às “restrições orçamentais que, actualmente, são impostas às câmaras municipais pela administração central, e os impactos que os mesmos provocam ao nível da capacidade de concretização das políticas locais não é possível conceder o transporte solicitado” pelos encarregados de educação.
A presidente da autarquia, Ana Cristina Ribeiro (BE), disse que o município estava a gastar “milhares de euros” em transportes escolares e que, devido aos cortes orçamentais, tiveram que tomar medidas. “A lei obriga as câmaras a transportar apenas as crianças que residem a mais de quatro quilómetros de distância da escola no primeiro ciclo e no pré-escolar não existe essa obrigatoriedade. Apesar da lei, nós transportávamos até as crianças que moravam perto das escolas, tanto do primeiro ciclo como do pré-escolar. Com os cortes orçamentais que sofremos tivemos que tomar medidas. Para não haver injustiças nem tratamento desigual optamos por traçar uma distância, 2,5 km, que continua a ser acima do que a lei nos obriga”, explicou a autarca.
Os pais das crianças é que não estão satisfeitos com a situação uma vez que muitos não têm como levar os filhos à escola. “Tenho que sair de casa antes das oito da manhã para ir trabalhar e o meu marido também e não temos como levar a nossa filha à escola. Vou deixar a minha filha ir e vir sozinha? No Inverno, com chuva, frio e os dias mais pequenos, como é que vai ser?”, interroga-se Maria Costa, mãe de Sofia.
Também José Pereira, de Glória do Ribatejo, se debate com o mesmo problema. Como vivem a cerca de 1300 metros da escola deixam de ter direito a transporte escolar. “Não tenho como levar o meu filho para a escola porque saio cedo de casa e a minha mulher também. Quando eu andava na escola era diferente porque não circulavam tantos automóveis como hoje. Fico preocupado porque é perigoso os miúdos irem para a escola sozinhos. No Inverno têm que se levantar mais cedo, faz frio e tenho receio que o meu filho, e outros, fiquem sem vontade de ir para a escola”, refere o encarregado de educação.

9 comentários:

  1. Sou de opinião que crianças que vivam a menos de 4Km só deveriam ser transportadas pela Câmara e pelos nossos impostos quando os agregados fossem carenciados (não só pela declaração fiscal mas também pelos sinais exteriores de riqueza. Como disse o Sr .Engº Helder num seu post. os pais/familia têm de assumir a sua quota parte de responsabilidade na educação dos filhos.

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  2. Independentemente da opinião que possa ter cara(o) anónima(o) sobre o transporte de crianças para a escola, é bem verdade que os pais/famílias devem assumir a sua parte na responsabilidade que lhes cabe na educação dos filhos. Devem valorizar a formação das crianças, devem acompanhar de perto o processo educativo, devem aplaudir o sucesso, ajudar a evitar o insucesso, criar um ambiente favorável à aprendizagem. Quanto ao mais, têm de conseguir ajustar a sua vida à maior ou menor sensibilidade dos agentes políticos para a importância da educação e à ajuda que dão às famílias.

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  3. Afinal qual é a verba que a Câmara Municipal gastou o ano passado?
    Pergunto:
    1) Quanto é gasto no gabinete de apoio à Senhora Presidente? Qual é a sua composição e o que ganha cada um? Quantos são os jobs for the boys? Justifica-se esse numero de pessoas?
    2) Quanto é gasto em cada gabinete dos vereadores? Qual é a sua composição e o que ganha cada um? Justifica-se esses encargos, quando sabemos que o trabalho dos vereadores é reduzido ou nulo...?
    3) Quantos Presidentes de Junta estão a tempo inteiro? Quais são eles? Justifica-se? Quanto ganham?
    4) Qual é o custo para a Câmara dos Vereadores da chamada oposição?
    5) O dinheiro gasto no Musical da Mariza, dava, ou não, para custear os transportes das nossa crianças, durante um ano?
    6) O que tem feito a Câmara pelo nosso parque escolar ao longo deste tempo?
    7) Que investimentos foram feitos pela Câmara neste quase 1º ano de mandato? Em que freguesias?
    8) Quem controla os km do carro oficial da Presidente e dos seus vereadores? São os mesmos sempre utilizados em serviço do bem publico? Quanto é gasto por ano na sua manutenção, seguros e combustível?

    Porquê não poupar nestes pontos que referi e noutros....

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  4. A opinião, mesmo que descabida, ingénua, ousada ou outra coisa qualquer, não deixa de dizer aquilo que sentimos e que pensamos sem qualquer medo da sociedade que nos rodeia e ponto final… Mas segundo o artigo, importa aqui dizer e sublinhar, o que está em causa é que os casais que saem bem cedo para o trabalho e regressam tarde, que pagam os SEUS impostos para que os carenciados tenham transporte de borla, deixaram de ter a hipótese de ver os seus filhos irem até à escola e regressarem em segurança, pura e simplesmente isso…
    No entanto, se radicalizarmos as coisas, poderemos sempre dizer que, embora sejam tempos difíceis e tenha que se cortar nas despesas, certo é que, à conta da nossa câmara e dos nossos impostos, o ano transacto, a Ribatejana comprou uns tantos mini autocarros novos (poderia ser a nossa câmara a adquiri-los) que como é óbvio, este ano não iremos utilizar, ….e nem nos dão a possibilidade de pagar.

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  5. Essa dos gabinetes dos vereadores e dos presidentes de Junta é pertinente. Até porque sabemos que uma pessoa foi nomeada como secretaria de vereador, e logo no dia a seguir o seu cargo foi organizar a semana da juventude, pelouro da presidencia, bem como actualmente não se sabe bem as suas funções.
    Gostava que o vereador esménio abordasse estas questões

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  6. Em esclarecimento de um anónimo anterior cumpre-me informar que um vereador que não esteja em regime de permanência ou de maio tempo, recebe (nos termos da lei) por senha de presença nas reuniões de Câmara - 2 vezes por mês - 68,68€, sobre os quais incide o IRS.
    Tenho optado, como certamente este espaço virtual testemunha, por não comentar a escolha ou a dimensão da equipa que apoia a Srª Presidente ou os vereadores (BE) na CMSM. Não é o caminho que escolhi e tudo farei para me manter fiel a essa escolha.

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  7. Pelo que tenho lido na Comunicação Social, as Câmaras de Benavente e de Coruche só transportam as crianças que moram a mais de 4km das escolas e creio que uma destas camaras nem sequer transporta o pré-escolar. O Sr. Vereador confirma esta informação? É que se assim for a Câmara de Salvaterra está a fazer mais do que a lei a obriga.

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  8. A quantidade de transportes escolares oferecidos pela câmara municipal no ano lectivo anterior, foi um erro ponto final.....
    Este ano com a história dos 2,5Km continua o erro mas com menores dimensões.
    Cumpra-se a lei transportes para distancias superiores a 4km!

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  9. (Questão colocada pela(o) anónima(o) das 10.30h).
    Todas as Câmaras têm de cumprir a lei. Não é razoável - como sugere - comparar apenas a questão dos transportes escolares pois essa questão não é dissociada do restante apoio social dado. Dou-lhe um exemplo sei que em Benavente a Câmara Municipal põe nas Escolas, ao serviço das crianças e das famílias, psicólogas que tentam despistar (e antecipar) problemas que possam existir quer na vida familiar das crianças como na sua aprendizagem ajudando a resolver a montante situações que mais tarde poderão ser graves.
    O melhor exemplo que conheço é em Coruche. O transporte é garantido a todos os que residam a mais de 3 Km da escola (pré-escola e 1º ciclo) e é feito em viaturas próprias. Todas as crianças que residam a menos de 3 Km e que o solicitem terão transporte ESCOLAR mediante o pagamento de uma verba diária de 0,50€. As crianças carenciadas (escalão A) ficam isentas deste pagamento. As crianças carenciadas (escalão B) pagarão apenas 50% deste valor.
    Como vê há soluções que conseguem ajudar mais as famílias que as decididas unilateralmente pela maioria BE na nossa Câmara Municipal.

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