A ciência diz que, em doses moderadas, pode ter efeitos benéficos
na saúde. Damos-lhe algumas boas razões para não abdicar de um copo por dia.
Por: ACTIVA
19 Março 2012, às 16:37
As descobertas científicas recentes
têm vindo a comprovar o que a tradição dizia há milénios: o vinho tem virtudes
medicinais. "Diversos estudos demonstram que pode ter efeitos benéficos na
prevenção de doenças cardiovasculares e do cancro", afirma a nutricionista
Rita Fonseca Silva. Estes benefícios advêm, sobretudo, "da presença de
antioxidantes, do baixo teor de sódio e alcoólico e da influência no aumento do
HDL, ou bom colesterol", explica a nutricionista Paula Veloso. Mas há
mais: "O consumo moderado fornece vitamina B12 e ácido fólico, estimula a
secreção gástrica e o apetite e facilita a digestão."
PODE PREVENIR...
... doenças
cardiovasculares
Os compostos fenólicos e o resveratrol, presentes principalmente
nas cascas de uvas tintas, possuem propriedades antioxidantes potentes, diminuindo
a incidência da aterosclerose, da trombose e do enfarte do miocárdio. O mesmo
se diz dos oligoelementos, como os íons e o silício, também presentes no vinho.
... o cancro
Um estudo feito entre 1978 e 1985 seguiu
100 mil pessoas no Centro de Medicina Preventiva de Nancy, em França, e
concluiu que os homens que consumiam vinho tinham 23% menos risco de morrer de
cancro. Este efeito não ficou demonstrado nas mulheres. De facto, e a crer num
relatório do Instituto Nacional do Cancro francês, de 2007, parece haver uma
ligação entre o consumo de álcool e o aumento do cancro da mama, predisposição
que se verifica depois do primeiro copo, aumentando o risco em 10% com cada
copo adicional.
... o Alzheimer
No livro 'The Save Your Heart Guide', de Frank Jones (Editora
Martin's Press), são relatados vários estudos efectuados sobre o vinho com
efeito no cérebro: melhoria da atenção e agilidade mental, prevenção de
Alzheimer e demência senil são apenas alguns benefícios identificados.
Só é bom na medida certa
"Deve ficar claro que tudo o que ultrapassa os dois copos de
vinho por dia nos homens e um copo nas mulheres pode ter consequências graves
para a saúde, como dependência, aumento da tensão arterial e dos trigliceridos
no sangue, lesão hepática, obesidade e certos tipos de cancro", avisa
Paula Veloso. Além disso, é preciso não esquecer que estes estudos estão mais
desenvolvidos em ratos do que em humanos, lembra. Moderação é pois a
palavra-chave.
Sumo de uva também é bom
Apesar do consumo de quantidades moderadas de vinho e cerveja
poder ter alguns benefícios, "é errado consumir qualquer bebida alcoólica
pelas virtudes terapêuticas", lembra Rita Silva. "Lembre-se que o
álcool é uma substância psicoactiva, que pode viciar. Por isso, quem não tem
hábitos de ingestão de bebidas alcoólicas pode obter benefícios semelhantes
bebendo sumos de uva preta ou de romã/mirtilo, que também ajudarão a aumentar a
capacidade antioxidante do organismo", aconselha.
Paula Veloso concorda e lembra que apesar de não se saber ainda
com certeza se os efeitos benéficos do vinho são devidos à presença dos
polifenóis ou também do álcool, "a Associação Americana de Cardiologia
desaconselha que se comece a beber vinho apenas para prevenir este tipo de
patologias, pela dependência que pode criar e as consequências nefastas que daí
podem advir".
Todo o álcool faz bem?
A crer em algumas investigações, sim, mesmo não sendo vinho.
Consumido em doses moderadas (ver caixa da página ao lado), alguns estudos
mostraram que ele pode elevar o bom colesterol (HDL) e reduzir o mau colesterol
(LDL), diminuindo assim o risco de formação de coágulos, o que reduz a
incidência de doenças cardiovasculares.
As grávidas podem beber?
"Por não se saber quais as doses de segurança, e sabendo que
há um enorme risco de desenvolverem síndrome alcoólico fetal - que pode
provocar danos físicos, mentais e comportamentais irreversíveis -, o melhor
mesmo é as grávidas não ingerirem bebidas alcoólicas de qualquer espécie",
aconselha a nutricionista Paula Veloso.
(NOTÍCIA DIS PONÍVEL EM
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