segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ESPERO ESTAR ENGANADO


Crescentes dificuldades esperam as populações do nosso concelho e dos vários outros do País. A escassez de empregos e a diminuição generalizada do poder de compra das famílias vai implicar uma crescente tensão social, daí que os orçamentos dos Municípios, cada vez com menos transferências do OE, vão ter cada vez mais solicitações de cariz social, retirando-lhes capacidade de intervirem noutros domínios também importantes para a qualidade de vida das populações


Os desafios são enormes, nada vai poder ficar como até aqui! Os autarcas vão ter de ser capazes de fazer a ponte entre a política e os eleitores, pois se falharem é o mérito do regime democrático que é imediatamente posto em causa. Ao longo dos últimos anos os políticos têm sido, nem sempre justamente, considerados os principais responsáveis dos nossos insucessos colectivos. Como as coisas estão a acontecer fácil é prever que assim continuará, pois vamos sempre precisar de identificar "os culpados" pelos cortes de pensões, salários e subsídios, pelo aumento dos bens de primeira necessidade e dos impostos.
Só os autarcas que conseguirem criar organizações transparentes e plurais, com modelos de gestão austeros e rigorosos, que pugnem pela simplicidade e envolvam os colaboradores, poderão contribuir para a credibilização da nossa vida política, ainda que a dimensão desse sucesso seja limitada, os exemplos positivos não são, regra geral, notícia.


Perante o descrédito generalizado e a dificuldade que cada um de nós tem em fazer "mea culpa" os "actores" políticos não devem desperdiçar a oportunidade de escolher, para 2013, protagonistas que além de renovarem o espectro político autárquico, por força da limitação do número de mandatos, confiram mais saber e novas abordagens à acção municipal, evitando decalcar o que hoje existe, até pela previsível alteração ao paradigma de financiamento dos municípios.
O nível de endividamento das autarquias, o número de funcionários e, em particular, a maior ou menor relação que exista entre os que "administram procedimentos" e os que "executam obra" ditará sobremaneira a disponibilidade de cada uma das autarquias para acompanhar a evolução dos tempos.
Temo bem que os autarcas que saem, nomeadamente da gestão da nossa autarquia, estejam mais sensíveis ao pagamento de favores políticos do que em garantir a sustentabilidade da autarquia que servem!...
Espero estar enganado, mas...

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