domingo, 1 de dezembro de 2013

373 ANOS DEPOIS...


Passam hoje 373 anos sobre a restauração da independência de Portugal, durante 60 anos sob a dinastia  do ramo hispânico dos Habsburgos (de origem austríaca), e que ficou conhecida no nosso País  por filipina por todos os monarcas se chamarem Filipe.
Quando em 1578 sob o comando do rei D. Sebastião, Portugal foi derrotado na batalha de Alcacer Quibir, ficou sem rei ou sucessor ao trono.
Durante dois anos o trono foi ainda ocupado pelo Cardeal-Rei D. Henrique, mas os direitos de Filipe II de Castela (o monarca Habsburgo era primo de D. Sebastião e portanto neto de D. João III) por um lado e o seu dinheiro por outro, levaram a que grande parte da nobreza portuguesa aceitasse o domínio de um rei estrangeiro.
A monarquia dos Habsburgo, era provavelmente mais parecida com uma União Europeia, que efectivamente com um país.
Essa completa separação de estados alinhavados uns aos outros por ténues laços, era considerada o grande calcanhar de Aquiles da monarquia, e acabaria por ser a principal razão da sua decadência.
Para evitar a continua fricção entre os vários reinos, principados, e regiões, a solução passava pela submissão de todos eles a um único rei com um único governo. Isso levou a que se iniciasse uma politica de centralização administrativa, que entrava em conflito com os direitos jurados pelo monarca em cada um dos reinos da coroa.
Pode-se alegar que se não do ponto de vista jurídico, pelo menos do ponto de vista moral, ao violar os juramentos que Filipe-I tinha feito em 1581 perante as cortes de Tomar, Filipe-III, seu neto, perdeu a legitimidade para governar Portugal, legitimidade essa que dependia do cumprimento das obrigações a que se tinha obrigado por juramento como sucessor do seu pai e portanto do seu avô.
Quando em 1640 os nobres portugueses, muitos deles desiludidos com o não cumprimento das promessas dos monarcas decidem revoltar-se, eles não tomam uma decisão original.
Na verdade, nesse mesmo ano de 1640, durante o Verão, um outro país da península ibérica decidiu revoltar-se contra exactamente o mesmo estado de coisas e expulsar a família real dos Habsburgo.
A monarquia hispânica está envolvida na chamada guerra dos trinta anos e se não tem na altura meios eficazes para esmagar a revolta na Catalunha, muito menos os tem, para debelar a revolta em Portugal.


Ao despontar do dia 1 de Dezembro de 1640, o que deve ter acontecido por volta das 7:00 horas entram no palácio real cerca de 40 nobres portugueses, conhecidos pelos «conjurados», que rapidamente controlam a guarda. Procuram o secretário de estado Miguel de Vasconcelos cuja morte tinha sido inicialmente determinada. Executam-no, e obrigam pela força a duquesa de Mântua a ordenar a rendição das forças fieis ao monarca Habsburgo no castelo de São Jorge e nas fortalezas que defendem o rio Tejo, a torre de Almada e a torre de Belém.
Só por volta das 10:00 horas da manhã é que o povo de Lisboa tem conhecimento do sucedido, já o duque de Bragança é Rei de Portugal.
Embora guiada e conduzida pela nobreza portuguesa, a revolução tem uma aceitação total. Em todo o país quando se conhece a boa nova da destituição da duquesa e do fim do domínio dos Habsburgos, há movimentações de regozijo. As várias cidades do país declaram o seu apoio a D. João IV em poucos dias. No dia seguinte pela manhã, 2 de Dezembro, a notícia chega a Setúbal, onde a população cerca a fortaleza de São Filipe, onde se encontrava uma guarnição de italianos e alemães e é tomada a fortaleza do Outão, garantindo assim a protecção de Lisboa contra eventuais desembarques
O duque de Bragança só chega a Lisboa no dia 6 de Dezembro para ser aclamado rei, com o título de D.João IV. Nas duas semanas que se seguem - todo o país - nobres e municípios, se declara por D. João IV, sem que seja disparado um único tiro.


HOJE... EM SALVATERRA DE MAGOS.

 
Câmara Municipal
Junta de Freguesia

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