segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PERSPECTIVAR AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS


Na última edição do jornal O FUNDAMENTAL foi publicado o artigo de opinião que seguidamente se transcreve. O tema tem que ver com as eleições autárquicas de 2013 e não deixa de ter em linha de conta o nosso concelho de Salvaterra de Magos.


As próximas eleições autárquicas (2013)

Faltam ainda 2 anos para o acto eleitoral que escolherá os próximos gestores autárquicos, daí que ainda não se justifiquem grandes considerações sobre este tema. É sabido que alguns dos comentários que por aí se vão ouvindo, já vão avançando candidatos a candidatos, excluindo outros e até antecipando prognósticos.
Como sabemos, a escolha dos cidadãos que se propõem ser autarcas é, na maior parte dos casos, baseada na decisão das estruturas partidárias locais. Esta realidade tem aspectos positivos na medida em que aquelas organizações funcionem como uma escola de aprendizagem de regras e comportamentos democráticos, um espaço de debate e de triagem, uma etapa que tem de ser ultrapassada pelos que ambicionam progredir na vida política partidária.
Estas estruturas locais dos partidos políticos não podem, no entanto, cair na tentação de se fecharem à sociedade civil, de por uma lógica de controlo do poder interno inviabilizarem a adesão de novos filiados, de se distanciarem dos cidadãos. Os factos vêm demonstrando que algo se passa neste domínio, pois as listas de candidatos independentes proliferam um pouco por todo o lado, metade do colégio eleitoral está alheado da vida política (abstenção), muitos maldizem os políticos e os partidos, demasiados estão descrentes!
São já várias as opiniões que coincidem em atribuir muita dessa responsabilidade aos dirigentes locais dessas forças partidárias tradicionais por as terem tornado opacas, impermeáveis, ao contrário do que acontecera no pós-25 de Abril de 1974. Nessa altura os partidos apostavam em estar junto das pessoas, abriram-se sedes onde as pessoas residiam – e até núcleos nas maiores empresas – pretendia-se, assim, facilitar a captação de elementos para as suas fileiras, engrossar o número de aderentes e, por essa via, fazer crescer o peso político dessa estrutura local no contexto da força partidária em que se integrava. Hoje, três décadas depois, tudo está muito diferente!
Do exposto resulta que cresceu o peso dos dirigentes no conjunto dos aderentes locais, pois o número destes é cada vez menor, daí que o(s) sucesso(s) eleitoral(ais) estejam ainda mais dependentes da visão, da apreciação e da ambição pessoal que aqueles mesmos dirigentes possuam.
Em Salvaterra de Magos a realidade não é muito diferente do que se passa no todo nacional ainda que condimentada pela curiosidade de ver o comportamento eleitoral do BE com a previsível saída de cena da autarca que há quase catorze anos lidera a Câmara Municipal. É crível que no BE, tal como no PS, haja deputados municipais, vereadores e presidentes de junta a ambicionar ser O candidato. Uns naturalmente terão maiores possibilidades que outros!
Tomando em conta o histórico dos resultados eleitorais no concelho de Salvaterra de Magos, com excepção para os anos de 1997 (onde venceu a CDU) e 2005 (onde o PS ficou em 3º lugar) - a excepção confirma a regra - as forças políticas que estão melhor posicionadas para vencer em 2013 serão o BE e o PS.
Sendo o resultado das eleições autárquicas determinado pelos candidatos e pelas equipas a votos, como tem sido sobejamente demonstrado, qualquer erro cometido por um dos partidos, ou por ambos, neste particular, encaminha os eleitores para buscar outras soluções. À espreita estarão evidentemente as outras forças partidárias que habitualmente se candidatam, o PSD e a CDU.
Neste cenário não será inverosímil que surja também uma candidatura independente dos partidos, copiando de algum modo as opções adoptadas por aqueles que ficaram nos três primeiros lugares das últimas eleições autárquicas – o BE, o PS e o PSD. Todos os seus candidatos aos primeiros lugares eram cidadãos independentes. O sucesso relativo de candidaturas com este perfil poderá catapultar o surgimento de uma candidatura semelhante, agora fora daquelas estruturas partidárias, se elas decidirem enveredar por um caminho diferente do seguido em 2009.
Não creio que este tipo de candidaturas [independentes] possa surgir por rotura de uma das forças partidárias, aliás se isso sucedesse perderia parte da atractibilidade eleitoral. Acredito mais que ela possa resultar da congregação de vontades que há mais de 6 anos vão balbuciando essa solução, sem no entanto a assumir. A confirmar-se a opção – ainda aparentemente em aberto – de as forças partidárias mais influentes apostarem em quadros seus, fica favorecido o surgimento desse tipo de listas, tanto mais que podem reunir candidatos de um espectro político mais lato, porque não carecem de se vincular a uma sigla partidária.
Voltaremos a este tema, não vão faltar mais dados nos próximos meses!

Hélder Manuel Esménio

1 comentário:

  1. Nas ultimas legislativas os resultados do BE, não devem ser esquecidos pois demonstram bem a fraca força que o BE tem no concelho (sem Anita), o que pode servir tambem de indicio ao que se poderá passar em 2013, sim um PS com grandes possibilidades de ganhar, um PSD que va-se la saber como elege sempre um vereador que após eleições esquece logo o próprio PSD e o concelho e uma CDU com um eleitorado que resiste e pode sempre eleger um vereador que criará desequilibrios ao nivel do executivo.
    De facto ainda é cedo para perceber o que se irá passar, tanto ao nivel de candidatos como de resultados. O que é certo é que haverá uma repartição de votos e não maioria absoluta, o melhor para o concelho é que essas forças saibam dialogar.

    ResponderEliminar