domingo, 11 de abril de 2010

CCD DO PESSOAL AO SERVIÇO DO MUNICÍPIO DE SALVATERRA DE MAGOS


Edição de 08-04-2010

Antigos funcionários contra decisão dos dirigentes do Centro de Cultura e Desportos do Pessoal do Município
Reformados da Câmara de Salvaterra obrigados a pagar quotas para despesas com médico

Cerca de uma dezena e meia de antigos funcionários da Câmara de Salvaterra de Magos, na situação de reforma, estão contra o pagamento de quotas mensais para o Centro de Cultura e Desportos do Pessoal do Município de Salvaterra de Magos (CCD). A insatisfação pela decisão tomada na última assembleia-geral do CCD, realizada a 1 de Março e aprovada por maioria, foi demonstrada através de um abaixo-assinado entregue ao presidente da assembleia-geral onde manifestam a sua discórdia pela decisão.

Os antigos funcionários do município de Salvaterra de Magos reclamam ainda que os dirigentes do CCD não tenha convocado os cerca de 350 sócios limitando-se a distribuir um edital. “A assembleia-geral não teve mais de uma dúzia de sócios presentes uma vez que as regras não foram cumpridas. Como associação cívica de trabalhadores, o CCD devia, conforme determinam os estatutos, ter convocado todos os sócios para esta reunião. Acredito que se todos estivessem presentes esta decisão não seria aprovada com tanta facilidade”, afirma José Gameiro, 65 anos, sócio e um dos fundadores do CCD.

Segundo o vereador socialista Helder Esménio, que tornou a situação pública em reunião de câmara, a decisão de que os reformados passem a pagar quotas, como fazem os funcionários no activo, deve-se ao aumento de custos com os serviços do médico que atende os funcionários e antigos funcionários do município. O vereador solicitou à maioria do Bloco de Esquerda no executivo, liderado por Ana Cristina Ribeiro, que reforce as verbas a atribuir ao CCD. “Só desta forma será possível permitir que os funcionários reformados com recursos económicos mais baixos possam continuar a beneficiar da isenção que até agora tinham de aceder gratuitamente ao médico de clínica geral contratado pelo CCD”, referiu o vereador.

O presidente do Centro de Cultura e Desportos do Pessoal do Município de Salvaterra de Magos, José João Dionísio, explica que quem recebe menos de 500 euros de reforma continuará isento do pagamento de quotas para despesas médicas. “O CCD não tem apenas despesas com o médico, tem também outras actividades. O número de reformados aumentou significativamente nos últimos anos e as despesas com o médico também. Além disso, a verba dada pela autarquia mantém-se inalterada há vários anos. Temos que manter a situação financeira da associação estável”, refere.

Também António Figueiredo, 65 anos, que trabalhou durante 28 anos como fiscal na autarquia, discorda com a medida aprovada. “Não faz sentido termos andado a descontar uma vida inteira para termos acesso gratuito ao serviço médico e agora sem mais nem menos alteram o sistema. Não estou muito preocupado comigo porque, como sou diabético, posso ir ao centro de saúde que estou isento. Mas existem muitos casos de pessoas que se tiverem que pagar os 2,5 euros por mês como foi decidido vai ser muito complicado. Apelo ao bom-senso da direcção”, diz António Figueiredo.

Ana Cristina Ribeiro informou que vai reunir em breve com os dirigentes do CCD para se inteirar melhor do assunto. A autarca disse ainda que o município continua a disponibilizar mil euros mensais para as despesas médicas do CCD. “Ainda não estou inteiramente dentro do assunto mas acho que quem ganha mais deve pagar por aqueles que recebem menos”, disse

4 comentários:

  1. A MULA DA AGONIA

    Dá-lhe coices minha besta
    está na hora de mudar
    agarra no chicote
    e começa a avançar

    Não te encolhas na cadeira
    á espera do que há-de vir
    a cabeça desta mula
    pode algum dia servir.

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  2. No “País das Maravilhas”, prometido pelo seu ex-colega (enquanto engenheiro-técnico civil) e por outros correlegionários do partido pelo qual se candidatou à CM, a pobreza assume a dimensão de catástrofre social. E o PEC (que livremente se poderá traduzir por “Programa de Empobrecimento Continuado”) agravará a condição dos mais pobres.

    Entre outros jornais, eu também leio (em suporte de papel) “O Mirante”. E, como sabe, eu (também) conheço os ex-funcionários da CM que ilustram a notícia.

    Não sendo funcionário da CM (logo, não sendo associado do CCD) eu não devia intervir nesta discussão. Todavia, ao ser exposta publicamente através de um semanário (que no Ribatejo também é distribuido gratuitamente pelo “Expresso”), a discussão transpõe a barreira interna. E é neste contexto que eu intervenho para lhe observar que no tal “País das Maravilhas”, cada vez com menos médicos (de família) e mais dificuldades em se aceder fácil e localmente aos serviços de saúde, há muitos (muitos milhares de) cidadãos que não se importariam de “pagar os 2,5 euros por mês como foi decidido” para terem acesso a um “serviço médico”…

    Sejamos coerentes!
    …………………………………………..
    Uma nota: … afinal o anonimato também serve para agredir insultuosamente. Para benefício de quem?

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  3. Caro Duarte de Oliveira
    Tomei o comentário anterior ao seu não como insultuoso, até porque, como também questiona, não é dirigido a ninguém de forma explícita, daí o ter publicado.
    Como julgo me conhecerá, já lá vão muitos anos, e apesar dos erros que certamente também cometerei, julgo saberá que não tentaria tirar partido de um qualquer comentário insultuoso dirigido fosse para quem fosse. Neste domínio meu caro prefiro continuar em vantagem (moral) relativamente àqueles que foram os meus adversários nas últimas eleições autárquicas. Jamais recorrerei à difamação.
    No que diz respeito ao CCD (prefiro não comentar neste espaço a análise política que faz de âmbito nacional - fá-lo-ei se quiser e tivermos oportunidade particularmente - embora discorde dela), dizia, relativamente ao CCD - e a culpa não é sua, pois a notícia não é suficientemente clara - o médico que presta serviço àqueles trabalhadores é contratado de forma privada, e não é um clínico do Serviço Nacional de Saúde, daí que a sua avaliação não seja pertinente.
    Há quase trinta anos atrás que os trabalhadores da Câmara descontam voluntariamente para o seu CCD (0,5% do seu vencimento) a mais do que aquilo que descontam para a ADSE ou para o Serv. Nac. Saúde. Durante este período de tempo os reformados nunca foram "alcavalados" com quotização daí o seu descontentamento!

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  4. Ao reler percebi que me faltou uma referência ao apoio atribuído pela CM ao CCD, apoio que sugeri fosse um pouco reforçado, por forma a isentar dessa quotização os reformados de mais baixo recursos.
    O recurso dos funcionários da CM a este médico "privado" faz poupar ao orçamento municipal muitas centenas de euros de comparticipação (ADSE) em consultas para os trabalhadores e seus descendentes. Por esta razão e em função do cálculo estimado de poupança efectiva a Câmara sempre ajudou o CCD comparticipando esta despesa.

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