segunda-feira, 13 de julho de 2009

GRASSA O DESNORTE E O ELEITORALISMO NA CÂMARA MUNICIPAL DE SALVATERRA DE MAGOS

A actual gestão do Bloco de Esquerda da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos apresenta claros sinais de perturbação. Por um lado é o despudor com que a três meses das eleições são lançados novos concursos para obras municipais cujos custos limitarão e condicionarão a administração municipal que sair das próximas eleições autárquicas de Outubro. Por outro é o precipitado e injustificado lançamento de concursos para contratar a prazo mais funcionários para a autarquia, ao arrepio de uma conduta de ética política, tão propalada a nível nacional pelo BE. Deveria caber já ao futuro executivo camarário avaliar as necessidades que a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos apresentar em função da organização que vier a estabelecer para o seu funcionamento.
Mas não fica por aqui a desorientação do BE local, são lançados concursos de admissão de pessoal (1), os candidatos apresentam as suas candidaturas e depois metade desses concursos são anulados – apenas um mês e meio depois - por despacho de 5/06/2009 (2), com o fundamento, pasme-se: “... em virtude da autarquia ter encetado um processo de reorganização dos serviços de forma a conseguir maior racionalidade funcional e de pessoal”.
É no final do terceiro mandato consecutivo e em cima das eleições que se inicia um processo com esta complexidade?!
Como é possível que a gestão desta autarquia tenha avançado e criado expectativas em algumas dezenas de concorrentes aos lugares abertos e de pois reconheça a sua incapacidade de ponderar devidamente a contratação de pessoal?!
Fica evidente que o objectivo do BE só poderia ser o cumprimento de promessas feitas em período eleitoral, mas que se tornaram difíceis de concretizar face, certamente, ao mérito dos currículos a concurso.
Mas não fica por aqui o descontrolo que vem caracterizando os últimos meses desta governação municipal. Primeiro foram as sucessivas ausências da liderança bloquista às reuniões de Câmara, por si convocadas, em profundo desrespeito por aquele órgão e pelos cidadãos que nele se encontram representados.
Depois foi o menos que sofrível atendimento de colectividades, de associações, de empresários e até de munícipes, com constantes adiamentos, alteração de horários, sempre com o argumento da indisponibilidade de agenda de quem lidera e não descentraliza, situações que apenas na véspera das eleições são corrigidas, para depois regressarem.
Agora é, também, a publicitação (enganosa) feita pela Câmara Municipal com a colocação de placas em terreno privado (antiga Raret), antes de haver qualquer Plano de Pormenor aprovado para o empreendimento, divulgando como sendo seu o investimento que a concretizar-se será de iniciativa privada. Esperamos que as empresas de mediação imobiliária - que têm agora um novo concorrente: a própria autarquia - demonstrem melhor bom senso na divulgação, junto dos seus clientes, dos produtos imobiliários que lhes são confiados!
Resta-nos desejar que os munícipes consigam separar o trigo do joio, escolhendo entre candidaturas que os respeitam, punindo aqueles que, com este tipo de ardis, os tentam ludibriar.

Julho, 2009

(1) Aviso nº 8188/2009, DR nº 73, de 15/04/09
(2) Aviso nº 11.848/2009, DR nº 127, de 3/07/09

2 comentários:

  1. Todos sabem que os politicos só se recordam do povo na altura das campanhas politicas, "que é quando precisam dos votos", e quando as promessas de favorecimento são muitas de certeza. Cá na zona de Salvaterra isso ainda acontece muito e toda a gente sabe disso, como ninguém diz nada nem faz nada não admira que ainda aconteçam coisas destas.

    Jorge M. - FOROS DE SALVATERRA

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  2. Apoio integralmente a ideia de clarificar e dar a conhecer a todas as pessoas o que se passa e as coisas menos bonitas que são feitas com o uso indevido do poder.

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