domingo, 19 de julho de 2009

AS CRIANÇAS, OS JOVENS E O FUTURO

Há poucos dias tivemos, também no nosso concelho, as comemorações do Dia Mundial da Criança. Não basta, no entanto, que os decisores políticos organizem uma panóplia de eventos nestas efemérides, não é suficiente celebrar esta data, não é assim que se resolvem os problemas que mais condicionam o crescimento e a aprendizagem dos mais novos.
Qualquer atraso, ou uma maior lentidão na implementação de projectos ou de medidas que possam beneficiar aqueles, não é uma questão de somenos, representa um conjunto de futuros cidadãos a quem não foi facultado, por inércia, incapacidade ou desleixo, condições de formação semelhantes à que outros têm nos concelhos vizinhos. São exemplos disso:
- Os atrasos na construção dos Centros Escolares de Salvaterra de Magos e de Marinhais;
- A falta de perspectiva de início da construção do Centro Escolar dos Foros de Salvaterra;
- A ausência de modernização das instalações e pátios escolares das freguesias de Glória do Ribatejo, Granho e Muge;
- A necessidade de aumentar a capacidade das pré-primárias do Granho e Foros de Salvaterra, esta última já teve no ano passado pais a dormir ao relento para conseguir – no início do período de inscrições – uma vaga;
- A incapacidade da creche de Salvaterra de Magos de dar resposta à procura das famílias, a que acresce a inexistência de uma Pré-primária na sede do concelho
Outras razões hão, infelizmente, que também demonstram a falta de carinho pelo sector da educação.
- A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos não substitui ou lava as areias dos recreios das escolas do 1º ciclo;
- A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos não abate as árvores que mais afectam as alergias e causam lixo;
- A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos não coloca nas escolas primárias (1º ciclo) “brinquedos” e superfícies de impacto seguras para as crianças;

- A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos tem poucos recursos afectos à atribuição de subsídios escolares ou a apoios na aquisição de livros e outro material escolar;
- A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos não disponibiliza para as horas de recreio e de acompanhamento das crianças às refeições escolares os meios humanos necessários;
- A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos não tem qualquer programação cultural que cative os jovens em idade escolar;
- A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos não incentiva a constituição e o desenvolvimento do associativismo juvenil, tanto no interior como no exterior da escola.
Associado ao desinvestimento que foi feito na educação, as crianças dos Foros de Salvaterra, Várzea Fresca e Granho não têm instalações desportivas.
É necessário ampliar o Pavilhão Gimnodesportivo de Salvaterra de Magos para albergar modalidades como a ginástica, os trampolins, artes marciais e a dança. Com este investimento será possível demolir as antigas instalações da Metalmagos, dando mais dignidade à Zona Desportiva desta freguesia.
A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos tem de contribuir para a dinamização e diversificação da prática desportiva, se necessário com animadores desportivos, nas freguesias de Marinhais, Muge e Glória do Ribatejo.
Para colmatar a fuga de jovens e o envelhecimento da população residente no nosso concelho, a Câmara Municipal tem que investir tempo e dinheiro na criação de uma Área Empresarial junto ao nó da A13, tem que passar a gerir o concelho e as expectativas dos jovens, não o calendário eleitoral, e tem que alterar os Regulamentos que o actual executivo criou e que perseguem (financeiramente) os investidores, daí não termos empresas, nem empregos. Somos o concelho do distrito de Santarém com a maior taxa de desemprego e um dos dez últimos do País.
Para obviar à sangria dos nossos melhores recursos humanos – os jovens são regra geral os cidadãos mais bem habilitados – a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos tem de melhorar o atendimento aos empresários, tem que divulgar o concelho e criar facilidades - redução de taxas, licenças e derrama – que têm de ser mais vantajosas que as das outras autarquias que connosco concorrem, atraindo assim investimentos.

Criando melhores condições de aprendizagem e de valorização dos nossos jovens (educação e formação profissional), habilitando o concelho com mais empresas e postos de trabalho (desenvolvimento económico sustentável) há que seguidamente melhorar as condições de vida desta população, dando resposta a outras necessidades dos casais jovens, como sejam a habitação, parques infantis, jardins, sala de espectáculos (música, teatro, etc.) e espaços de convívio e de diversão.
Finalmente, esta política de apoio aos jovens, ao futuro, terá de incluir uma atitude pro-activa e não meramente reactiva no que diz respeito aos cuidados de saúde. Se, se mantiver a actual carência de médicos e, com ela, a desprotecção de parte significativa da nossa população, a Câmara Municipal tem que encontrar uma forma de contribuir para a resolução do problema e não de apenas juntar ruído às justas reclamações de todos quantos aspiram pelo acesso a um dos mais elementares direitos de todo o ser humanos:

“Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e preservar”

(nº 1 do artº 64º da Constituição da República Portuguesa)

Com uma política integrada – e não com esquecimento ou desinteresse – é possível manter no nosso concelho alguns jovens e com eles abrir uma janela de esperança ao nosso futuro colectivo.

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