O concelho de Salvaterra de Magos tem actualmente
metade da sua população sem médico de família, facto que temos vindo a denunciar há muito tempo, e esse é o primeiro número que nos preocupa... e
muito!
Assistimos há 3 ou 4 anos ao encerramento das
extensões de saúde de Muge e do Granho e esteve próximo de, por falta de
médicos, suceder o mesmo à extensão de saúde da Glória do
Ribatejo.
Disponibiliza-mo-nos e já estamos a ceder
alojamento à médica que está actualmente na Glória do Ribatejo, a quem
asseguramos ainda transporte, com a ajuda da Junta de Glória do Ribatejo e
Granho e do Centro de Bem Estar Social da Glória do Ribatejo.
Estamos disponíveis - e já o dissemos ao ACES -
para continuar a fazer este esforço para ajudar a encontrar soluções. Incluímos
até no nosso Plano e Orçamento para 2014, como é do conhecimento público, rubricas orçamentais que nos podem
permitir incentivar e apoiar a fixação de novos médicos no nosso
concelho.
A situação continua a ser, com efeito,
muito preocupante não só pelo relato feito aos Srs deputados do PS pelo
Ministério da Saúde - que se noticia de seguida - mas principalmente porque aquele Ministério, que tem a
tutela do sector, não indicia qualquer tipo de solução para o problema.
O Ministério da Saúde admitiu que o Centro de Saúde de Salvaterra de Magos pode ficar, “a curto prazo”, com apenas três dos atuais sete médicos ao serviço para um universo de mais de 21.000 utentes.
O quadro sobre os cuidados médicos no concelho, constante de uma resposta do Ministério da Saúde a um requerimento entregue no final de outubro de 2013 pelos deputados socialistas eleitos pelo círculo de Santarém, levou a concelhia do PS de Salvaterra de Magos a emitir um comunicado em que sublinha que “se as preocupações das populações já eram muitas”, a informação agora recebida “ainda as agrava”.
No comunicado, enviado hoje à agência Lusa, a Concelhia socialista exige do Ministério da Saúde “um total esclarecimento” sobre a previsão anunciada para curto prazo de apenas três médicos de família para os mais de 21 mil utentes do concelho.
Lamentando a “miserável tentativa de responsabilizar os médicos pelas dificuldades que os cidadãos têm de aceder aos cuidados de saúde primários” (ao referir a ausência de candidatos aos concursos abertos), o PS entende que o Ministério “demonstra uma total incapacidade de resolução dos problemas”.
Na resposta aos deputados socialistas, o Ministério da Saúde afirma que, atualmente, 41 por cento dos 21.131 utentes inscritos no centro de saúde de Salvaterra de Magos não têm médico de família, encontrando-se o maior número de utentes sem médico em Glória do Ribatejo, Marinhais e Foros de Salvaterra, sendo que nesta extensão (onde estão a ser construídas novas instalações) se encontra um médico aposentado contratado.
“A curto prazo prevê-se que ao Centro de Saúde de Salvaterra de Magos fiquem afetos apenas três médicos, sendo que dois deles têm problemas de saúde, o que os tem mantido afastados do serviço por longos períodos de tempo”, refere.
O Ministério adianta que das cinco vagas atribuídas ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria no último concurso apenas uma foi ocupada, o mesmo tendo acontecido no concurso anterior, “por inexistência de candidatos”.
O Ministério afirma que, para melhorar o apoio às populações, a 21 de outubro entrou em funcionamento a Unidade de Cuidados na Comunidade de Salvaterra de Magos (o único concelho do ACES Lezíria que não tinha este tipo de estrutura, que, nomeadamente, faz visitas aos domicílios), graças a uma reafetação dos enfermeiros colocados nas extensões de saúde, e que foi contratado um enfermeiro no início de novembro.
Adianta ainda que, apesar da falta de candidatos às vagas atribuídas, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e a direção executiva do ACES Lezíria estão a “procurar soluções céleres” que permitam melhorar a prestação de cuidados de saúde e lembra que tanto a comissão de utentes da saúde como a Câmara Municipal se disponibilizaram para proporcionar alojamento e transporte gratuito aos médicos que queiram trabalhar no concelho.
Lusa
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