Quase igual,
mas substancialmente diferente… pois a distância à estrela em torno da qual
gravitam faz toda a diferença! A busca continua!...
Uma
equipa internacional de investigadores, incluindo o português Pedro Figueira,
detetou o primeiro planeta fora do Sistema Solar com uma constituição
semelhante à da Terra, a partir dos cálculos da sua massa e do seu diâmetro.
"Pela
primeira vez, conseguimos medir num planeta tanto o diâmetro como a massa,
calcular a densidade e verificar que é muito próxima da do nosso planeta",
assinalou à agência Lusa Pedro Figueira, do Centro de Astrofísica da
Universidade do Porto.
O investigador,
o único português que participou no estudo, adiantou que, "muito
provavelmente", uma grande parte do Kepler-78b é, tal como a Terra,
"composta por rocha", contrariamente a outros exoplanetas (planetas
que orbitam uma estrela sem ser o Sol), que são formados, sobretudo, por gás.
Contudo,
ao contrário da Terra, o Kepler-78b "está muito mais próximo da sua
estrela" e "é demasiado quente para albergar vida como a que nós a
conhecemos", ressalvou Pedro Figueira.
Os
resultados da investigação são publicados hoje na revista Nature.
O
Kepler-78b orbita a estrela Kepler-78, localizada a 400 anos-luz da Terra e com
cerca de 74 por cento do diâmetro do Sol. O planeta tem uma temperatura à
superfície entre os 1.800ºC e os 3.300ºC.
Com dados
combinados do espetrógrafo (aparelho que regista o espetro luminoso) de alta
resolução HARPS-N e do telescópio espacial Kepler, os cientistas conseguiram
determinar que o exoplaneta tem 1,16 vezes o diâmetro e 1,86 vezes a massa da
Terra.
"É
uma descoberta muito interessante, não só a nível do interesse científico da
semelhança das propriedades do planeta [com as da Terra], mas também como
etapa, no sentido em que nos aproximamos cada vez mais de um planeta com as
mesmas propriedades do nosso", frisou Pedro Figueira.
Segundo o
Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, eventualmente o Kepler-78b
"será destruído pela força gravítica, que tem vindo a reduzir o tamanho da
sua órbita".
A partir
de 2016, o espetrógrafo Expresso, em cuja construção Portugal participa, será
usado para procurar planetas fora do Sistema Solar com massa semelhante à da
Terra, em zona habitável de uma estrela, com água em estado líquido à
superfície.
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